sexta-feira, 6 de março de 2009

APAE EDUCADORA




APAE EDUCADORA

Mari Salete de Campos

Um pouco da história...

A história das APAEs no Brasil começou em 1954 quando uma senhora americana, vindo morar no Brasil, sentiu a necessidade da existência de uma escola especial, pois tinha uma filha com Sindrome de Down. Como não encontrou nenhuma instituição que atendesse as reais necessidades de sua filha, fundou juntamente com outros pais e amigos de crianças com deficiência, a primeira Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais.
No Rio Grande do Sul, essa mesma história se repetiu no ano de 1967.
Hoje existem aproximadamente 250 APAEs no Estado, que prestam atendimento a 454 municípios, incluindo aqueles municípios vizinhos que não contam com APAE constituída, atendendo aproximadamente 18.000 alunos.
A APAE de Três Passos foi fundada em 24/09/69, por um grupo de pessoas que também sentiram a necessidade de uma escola especial para atender pessoas portadoras de deficiências. Com o passar dos anos e com o considerável crescimento do movimento apaeano no país, houve a necessidade de uma organização administrativa,com o objetivo de construir uma estrutura para obter proximidade com o trabalho desenvolvido pelas escolas especiais e as escolas regulares.
Surgiu a Federação Nacional das APAEs, responsável pelo rumo e diretrizes estratégicas do movimento Apaeno e pela articulação política, defesa de direitos e ações, em âmbito nacional, em prol da Pessoa Portadora de Deficiência.
Filiada e ligada diretamente a essa Federação Nacional, estão as Federações dos Estados com o mesmo propósito, porém em âmbito estadual.
Existem ainda as coordenadorias regionais, que tem por função organizar as APAEs nas microregiões, obtendo uma ligação mais direta entre a base e a Federação do Estado.
Diante dessa estrutura estão as APAEs, que prestam serviços e atendimentos direto, em prol da pessoa com deficiência, além de articular e defender os seus direitos, nos municípios.
Atualmente, o conjunto formado pela Federação Nacional compreende 21 Federações dos Estados, 176 Delegacias Regionais e 1.733 APAEs filiadas que formam a grande rede do maior movimento filantrópico do mundo, na área de defesa de direitos, atendimento e garantia da qualidade de vida das Pessoas Portadoras de Deficiência.
A Escola de Educação Especial São Francisco de Assis – APAE de Três Passos integra-se, por filiação, à Federação Nacional das APAEs, de quem recebe orientação, apoio e permissão para uso do nome, do símbolo e sigla APAE, a cujo Estatuto adere e a cuja supervisão se submete.
A Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais, mantenedora da Escola de Educação Especial São Francisco de Assis, integra-se ao 3º Conselho Regional das APAEs, com sede em Três de Maio.
“O Movimento Apaeano está voltado à defesa de direitos, prevenção, orientação ao envolvimento das famílias e dos próprios portadores de deficiência, bem como à prestação de serviços, considerando a pessoa portadora de deficiência como pessoas humana, portadora de direitos de cidadania, dotada de sentimentos, emoções e elaboração mental e a construção de uma sociedade justa e solidária.” (2001- PPP – Apae)
A escola, que atualmente conta com cento e dez alunos matriculados, tem como função proporcionar atendimento a alunos deficientes mentais e com múltiplas deficiências, prestando-lhes assistência Pedagógica, Psicológica, Fisioterápica, Médica, Fonoaudiológica, Assistência Social, Estimulação Precoce e Terapia Ocupacional, promovendo sua integração ou inclusão na comunidade escolar e em geral.
No final da década de noventa, através da lei da inclusão, houve a necessidade de uma tomada de consciência, uma reforma, ou seja, uma mudança de paradigma. A APAE deixaria de lado sua proposta assistencialista, pois assim foi constituída, para por em prática uma proposta inovadora, construída pelos profissionais e membros da organização administrativa, que foi nomeada como APAE EDUCADORA.
Essa proposta provocou inquietação e houve muita resistência. Haveria uma mudança, uma reorganização. Para o aluno especial não existe transmitir o conhecimento, devemos criar possibilidade para que aconteça a sua produção, ou seja a sua construção, respeitando a limitação mas aproveitando a curiosidade para que haja envolvimento e aprendizagem.
Após estudos e debates, realizados em âmbito regional, diretores e os coordenadores pedagógicos levaram até a sua escola especial a tarefa de construir um novo projeto político pedagógico, baseado na realidade local e com autonomia para organizar turmas e programas, conforme o quadro a seguir:





A Escola de Educação Especial São Francisco de Assis - APAE de Três Passos, na construção do seu Projeto Político Pedagógico optou em trabalhar através de Planos temáticos e projetos.
Para 2008 toda a escola enfatiza em suas atividades o tema “No mundo do Cinema”.



Além do programa específico de cada turma, busca-se os objetivos e atividades em relação ao tema, como: pesquisas, entrevistas, visitas ao cinema, palestras, registros, filmes... Os quais são aprofundados de acordo com a necessidade e interesse de cada grupo. Não há ensino sem pesquisa, e nessa busca há questionamentos, constatação, conhecer o que não se conhece, educar e ser educado ao mesmo tempo.


Vitrine viva- Chaplin Apresentação Grease: filme dos anos 60


Como culminância desse projeto, o grupo de profissionais, organizou no dia 26 de setembro de 2008 juntamente com seus alunos, a 5ª Noite Cultural, que trás o mesmo tema, com apresentações de números artísticos: teatro, dança e música, para associados e comunidade em geral.

“A tarefa coerente do educador que pensa certo é exercendo como ser humano a irrecusável prática de inteligir, desafiar o educando com quem se comunica e a quem comunica, produzir sua compreensão do que vem sendo comunicado”(Freire, 1998).






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