sexta-feira, 27 de março de 2009

GALERIA DE FOTOS "MUNDO DO CINEMA" - PARTE 3



O PODEROSO CHEFÃO
Alunos: Daniel Batista - Eduardo Neitzke - Samuel Farias -Victor Hammes


CABARET
Aluno: Márcia Glier

JEANNI É UM GENIO
Aluna: Camila Müller


MARY POPPIS
Aluna: Adriane Fagundes


GIGI
Aluna: Carmen Hübscher


CLEÓPATRA
Aluna: Franciele Lopes

MAZZAROPI, CANDINHO

Alunos: Jociel Heimburg - Patricia Becker

O CANGACEIRO

Aluno: Daniel Kloechner

OS HOMENS PREFEREM AS LOIRAS
Aluna: Márcia Silveira


CANTANDO NA CHUVA
Aluno: João do Nascimento



CREPÚSCULO DOS DEUSES
Aluna: Clair da Silva

A BELA E A FERA
Aluna: Bruna Valduga Hermes

CINDERELA
Aluna: Andressa de Oliveira




SHERLOCK HOLMES
Aluno: Filipi Gehlen


CASABLANCA
Alunos: Letícia Wahlbrink, Luciano Reichert e Matheus Gadini

CIDADÃO KANE
Aluno: André Dilly


O GORDO E O MAGRO
Alunos: Jair Dickel e Elói Schneider



CARMEN MIRANDA
Aluna: Luciana Bronzatti

NO TEMPO DAS DILIGENCIAS
Aluno: Edson horst


E O VENTO LEVOU
Alunos: Kátia Schirmbeck e Vinicio Rodrigues


BRANCA DE NEVE
Aluna: Sandra Lani

MÁGICO DE OZ
Alunos: Darlan da Silva , Diésica Neckel, Dionatan da Rosa e Edson Franke

TEMPOS MODERNOS
Aluno: Cleitor Fucks

DRÁCULA
Alunos: Jancarla de Lima e Matheus Facioni

O GAROTO
Alunos: Ademar dos Santos e Jandir dos Santos

PROJETO RADIO LEGAL

TURMA: Oficina Diversificada

Estudio da Radio Legal

ALUNOS: Élio , Elisangela, Jair, Olavo, Maria Madalena e Ezequiel

PROFESSORA COORDENADORA DO PROJETO: Carmen Ketzer

ANO INICIO DO PROJETO: 26 de Outubro de 2006.

Desde o inicio do ano de 2006, ouvir radio fez parte das aulas desta Turma.

O interesse e gosto do aluno èlio em ouvir radio, em especial a radio Difusora, contagiaram os colegas.

Baseado neste interesse surgiu o projeto Historia do Radio, onde foram propotas diversas atividades e sempre com o envolvimento de todos os alunos.

OBJETIVOS:

  • Buscar e organizar informações sobre o radio;

  • Envolver os alunos durante o desenvolvimento de todo o projeto;
  • Adquirir uma proposta de invertigador partindo da curiosidade do aluno;

  • Ampliar o vacabulario

  • Proporcionar liberdade e auto-expressão;

  • Desenvolver o senso de responsabilidade;

  • Desenvolver a criatividade;

  • Trabalahar de forma cooperativa, respeitando e colaborando com o grupo durante todo o desenvolvimento do projeto.

DESENVOLVIMENTO:

Visita para obervação e pesquisa na radio Difusora e Biblioteca Publica. Conversação sobre o radio; conhecimento, curiosidades e interesse dos alunos.

MONTAGEM DE UMA EMISSORA DE RADIO:

Escolha do nome da radio (RADIO LEGAL)

Programação: Entrevistas, musica, previsão do tempo (Foto), propagandas, horoscopos, aniversariantes, avisos, noticias, esportes e convidar alunos para cantar ao vivo.

Aluno Olavo e a previsão do Tempo

Este trabalho foi desenvolvido e continua conforme planejado. Todos os alunos particapam com interesse e alegria. Os Alunos foram até a Biblioteca Publica onde pesquisaram a historia do radio. Tambem foram visitar a radio difusora, onde na oprtunidade conheceram as dependencias da radio e a historia da emissora, que neste ano esta completando 58 anos de fundação.

Nesta Semana Santa a Radio Legal estara com uma programação especial, tendo como foco principal a pascoa.

Atualmente a coordenação deste projeto esta a cargo da professora Silvete de Quadros.




quinta-feira, 26 de março de 2009

VISITA DA FEDERAÇÃO


A APAE DE TRêS PASSOS RECEBE VISITA DA FEDERAÇÃO DAS APAEs DO RS.
Maria Conceição da Silva

Professoras da APAE, juntamente com as representantes da Federação


No dia 02 de março, primeiro dia de aula na Escola de Educação Especial São Francisco de Assis, a APAE de Três Passos recebeu a visita da Presidente da Federação das APAEs do Rio G. do Sul, Aracy Maria Ledo, acompanhada da Coordenadora Pedagógica da Federação, professora Lúcia M. Cardoso Centena.
A Federação das APAEs do Estado do Rio Grande do Sul, congrega 205 APAEs, distribuídas em 22 Conselhos Regionais. A APAE de Três Passos faz parte do 3º Conselho Regional, com sede em Três de Maio.
A APAE de Três Passos ficou muito honrada com a visita. Confirmando o interesse da atual diretoria em estar conectada com as atividades desenvolvidas pelas Escolas Especiais, mantidas pelas 205 APAEs, distribuídas em todo o Estado do Rio Grande do Sul. Sem contar que as pessoas que fazem parte das diretorias, tanto das APAEs como da Federação, são pessoas que prestam serviços voluntários, sem receber salário pelo que fazem.
“Transformar para melhor” tem sido o pensamento da atual Diretoria da Federação das APAEs do Estado do Rio Grande do Sul, que completa dizendo: “A unicidade das nossas ações, reforça o movimento Apaeano, destacando sempre o Respeito às Diferenças”.

quarta-feira, 25 de março de 2009

APAE APRESENTA: “NO MUNDO DO CINEMA”

O SUCESSO DA NOITE CULTURAL - 2008
Mari Salete de Campos – Pedagoga
Claudia Michel - Fonoaudióloga
Coordenadoras do Evento.

O plano temático “No mundo do cinema” foi um projeto pedagógico que possibilitou aos profissionais da Escola de Educação Especial São Francisco de Assis – APAE, mostrar um pouco do trabalho desenvolvido com todos os seus alunos. Este tema foi escolhido e trabalhado no decorrer de dois anos, tendo como culminância a 5ª Noite Cultural realizada em 26/09/2008, no auditório da UNIJUÍ – Campus Três Passos, trazendo apresentações de diversos números artísticos, envolvidos com a sétima arte, o cinema.
No desenvolvimento deste projeto houve a necessidade de se buscar estratégias para chegar ao conhecimento sobre a história do cinema, onde foi proporcionado aos alunos palestras, visita ao Cine Globo e muita pesquisa. Nessa busca houve questionamentos, constatações, curiosidade em buscar o desconhecido. Na pesquisa aprendemos junto com o aluno, pois não há ensino sem pesquisa.
Assistindo aos mais variados filmes, foi possível ao professor resgatar os valores para a vida, como cooperação, ajuda mútua, respeito, amor... através da mensagem deixada pelos autores de todas as épocas.
Viajamos pelo mundo do cinema e aprendemos que era grande a preocupação do homem com o registro do movimento. O desenho e a pintura foram as primeiras formas de representar, e o jogo de sombras do teatro de marionetes é considerado o precursor do cinema. Com esses dados foi possível construir um número para a abertura do evento.

Representação através de sombras do filme “Psicose”(1960).



Outra ação importante foi a pesquisa sobre a fotografia, que nos inspirou a produzir e exibir cenas famosas de filmes diversos do cinema mundial, interpretado por todos os alunos da Escola.



A literatura infantil foi nossa aliada nessa caminhada, buscando nos Músicos de Bremem e no cinema nacional, com os trapalhões, ícone dos anos oitenta, o gosto pelos musicais representado pelos Saltimbancos.
Filme “Os Saltimbancos Trapalhões” (1981)


O ritmo dos anos 60, com John Travolta e dos anos 80 com Flashdance, campeões de bilheteria, resultaram num projeto de integração com alunas do Curso Normal da Escola Érico Veríssimo, que em sintonia com as turmas do EJA e Oficinas, montaram uma coreografia para esta época.


Filme “Flashdance” (1983)



O Clássico “A Bela e a Fera” foi peça fundamental neste espetáculo, emocionando o grande público presente. Através de seus valores e da força do amor, a Bela livra a Fera de um feitiço terrível.




Filme “A Bela e a Fera” (1991)


O gênero específico americano, o faroeste, com suas cenas de ação e aventuras que envolvem caubóis e xerifes, foi um número muito apreciado pelos alunos durante os ensaios, tendo chamado a atenção o clima de rivalidade e a estética dos caubóis, com suas armas, botas e chapéus. Este estilo de filme nos permitiu o trabalho com temas como a luta entre o bem e o mal, a violência, as atitudes e a valorização vida como uma busca constante, tendo, em lugar de armas de fogo, a arma da palavra. Pois, como diria Charles Chaplin “A beleza existe em tudo, tanto no bem como no mal. Mas somente os artistas e os poetas sabem encontrá-la.”

Releitura de “O Homem Mau”, de Léo Canhoto e Robertinho



Os musicais surgem em Hollywood na década de 30 e se caracterizam por mesclar música, dança e canto. No início dos filmes falados os musicais sofrem grande influência do teatro. O manuseio de guarda-chuvas e efeitos especiais como a chuva de prata surpreendeu crianças e adultos com a apresentação do belíssimo número “Cantando na Chuva”, com sua música tema.



Filme “Cantando na Chuva” (1952)


E para finalizar essa magnífica obra, o Grupo de Teatro Mania de Arte, da escola, elaborou o número que ficou registrado na memória de todos: Charles Chaplin. O personagem Carlitos, o vagabundo de bengala, chapéu-coco e calças largas, tipo muito famoso do cinema encerrou as apresentações da 5ª Noite Cultural da APAE.


Filme “O Garoto”, com Charles Chaplin (1921)

Não poderíamos deixar de registrar a incrível capacidade das “estátuas vivas”, decorando o ambiente e trazendo cenas de filmes de grande bilheteria, como ...E o vento Levou, Titanic, O Gordo e o Magro, O Garoto (Chaplin) e Casablanca.



Vitrine Viva: Casa Blanca



Vitrine Viva: ... E o Vento levou




Vitrine Viva: O Garoto



Vitrine Viva: O Gordo e o Magro




Vitrine Viva: Titanic

No momento da despedida, através de cartazes com nomes de filmes, os alunos e profissionais da APAE expressaram seus sentimentos ao realizar este trabalho deixando uma mensagem de agradecimento a todos que colaboraram e continuam colaborando com o crescimento constante de cada aluno desta Instituição.

INCLUSÃO SOCIAL E ACESSIBILIDADE

INCLUSÃO SOCIAL E ACESSIBILIDADE


Jéferson Von Muhlen

No mês de janeiro do corrente ano participaram do curso de capacitação em Recursos Humanos na área de deficiência mental na cidade de Osório – RS, os professores da APAE de Três Passos, Jéferson Von Muhlen e Marla Guimarães , este curso promove a capacitação para trabalhar com deficientes mentais e múltiplos.

No decorrer do curso, a professora e advogada Bernadete Seibt solicitou aos alunos que elaborassem um trabalho sobre a lei orgânica mencionando artigos que se referem à educação especial em âmbito municipal.

Analisamos a lei orgânica municipal e constatamos a seguinte redação quanto às pessoas portadoras de necessidades especiais:
Fiscalização e cumprimento do Art.172 da lei municipal complementar nº3211/95, também chamada código do meio ambiente e de posturas a seguir transcrito.

“Art. 172 – É obrigatória a instalação de condições que facilitem sem interromper a circulação de deficientes físicos.
Parágrafo 1° - Os passeios públicos devem ser revestidos de materiais firmes, continuo, não escorregadio sem degraus ou mudanças abruptas de nível.
Parágrafo 2º - O meio fio (guias) de passeio deve ser rebaixado com rampa ligada à faixa de travessia.
Parágrafo 3º - É vedada a localização de banca de jornal, orelhões ou caixa de correios nas esquinas dos passeios que dificultem a passagem de cadeiras de rodas.
Parágrafo 4º - Nos acessos as edificações não nivelados ao piso exterior (passeios) devem ser previstas rampas de piso não escorregadio, providas de corrimão e guarda corpo.
Parágrafo 5º - Em todos os estabelecimentos devem ser reservadas vagas preferenciais para estacionamento de veículos às pessoas portadoras de deficiência física, devendo ser identificadas através de símbolos internacionais de acesso pintado no piso e de sinalização vertical.”

Constatamos, após um passeio com alunos cadeirantes que, praticamente nada disso está acontecendo o que nos deixa um tanto decepcionados, pois trabalhamos com cadeirantes e sabemos o quanto é difícil transitar com os alunos em nossa cidade pela precariedade dos passeios e ruas pelas quais transitamos.

Então procuramos a vereadora Marli Franke a qual fez uma indicação na câmara de vereadores alertando o executivo para que fiscalizem, pois a lei não está sendo cumprida.

Existem poucas rampas de acesso e assim mesmo são de responsabilidade do dono de cada estabelecimento. Solicitamos para nossa sociedade que nos apóie e se mobilizem fazendo cumprir a lei. Pois se cada um fizer a sua parte a lei será cumprida e os cadeirantes serão incluídos realmente na nossa sociedade.

segunda-feira, 23 de março de 2009

PROCESSO DE ALFABETIZAÇÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA
PROCESSO EVOLUTIVO DA ALFABETIZAÇÃO


Silvete Maria de Quadros

A alfabetização é um processo longo que se inicia a partir do momento em que a criança tem acesso ao mundo letrado. Desde tenra idade, a criança já faz os seus registros e assim ela vai se desafiando, inventando, testando, criando hipóteses e dessa forma vai construindo seu conhecimento. Segundo Emília Ferreiro (1987), as crianças passam por níveis para se alfabetizar. Ferreiro fez estudos sobre a evolução da escrita e identificou primeiramente três níveis, os quais chamou de pré-silábico, silábico e alfabético.
No nível pré-silábico a criança descobre que para escrever ela usa símbolos diferentes que nos desenhos. A criança vai utilizando símbolos variados até conseguir representar graficamente as letras, sem fazer qualquer correspondência entre grafias e sons. Mais tarde, nessa mesma fase as crianças relacionam as grafias aos objetos.
O nível silábico apresenta outras características. Nessa fase a criança descobre que a escrita representa os sons da fala e registra para cada sílaba uma grafia.
A criança vai evoluindo e chega então ao nível alfabético. Nesse momento desaparece a análise silábica e inicia a correspondência entre fonema e grafia.
A apropriação do sistema de escrita é um processo evolutivo que acontece progressivamente, à medida que a criança tem oportunidades de interagir com pessoas que escrevem e com materiais escritos. A partir destas interações a criança vai construindo idéias, hipóteses sobre o que ‘lê’ e ‘escreve’. Crianças que vivem em ambientes onde se usa a escrita, socialmente, que vêem pessoas lendo e escrevendo em casa, que estão na escola, que tem irmãos e amigos que lêem e escrevem interessam-se em escrever e também compreender a escrita; querem também dominar este instrumento social e, para alcançar seu intento, pensam, inventam as teorias infantis. (FERREIRA; CRUZ, 2005, p.38-39)

Falar em processo de alfabetização de crianças parece tranqüilo, elas aprendem as coisas de maneira muito variada e chegam à sala de aula com concepções e explicações já estabelecidas. O processo de aprendizagem é rápido. E quando falamos de crianças com deficiência mental? Como acontece a alfabetização dessas crianças?
Segundo Isabel Neves Ferreira e Mara Monteiro da Cruz (2005), as crianças com deficiência mental, de modo geral, apresentam limitações lingüísticas mais graves, tendo desvantagens em relação às crianças sem deficiência mental no processo de aprendizagem. No entanto, elas passam pelo mesmo processo para se alfabetizar.

“Não se pode negar a deficiência, mas não se deve aprisionar a criança neste rótulo.” (FERREIRA; CRUZ, 2005, p.51)

Nesse caso, torna-se fundamental que cada criança seja vista e tratada como pessoa única e com inúmeras possibilidades de desenvolvimento e aprendizagem, independente de sua condição patológica. Para isso, torna-se necessário considerá-las crianças em desenvolvimento, investindo nas possibilidades e não nas dificuldades.


O INVESTIMENTO NA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA

Assim como é importante para a criança sem deficiência um ambiente familiar equilibrado, para que seu desenvolvimento cognitivo, afetivo, físico e social aconteça tranquilamente, também o é para a criança com deficiência.
Os pais, quando desejam ter um filho, fazem projetos desde o início da gestação, criam expectativas em relação ao que a criança vai fazer, falar, andar entre tantos outros sonhos que depositam nesse novo ser.
Ao nascer um filho com deficiência, os pais entram em choque pois não era esse o almejado. É um momento de muita tristeza, de muitos questionamentos acerca daquela criança que não foi desejada, mas que está ali e necessita de carinho e cuidados. O quadro apresenta o período que os pais, a família em si, passa para chegar a um ponto de equilíbrio e então reorganizar a vida com esse filho.
Num primeiro momento, então, os pais entram em choque, não sabem muito bem lidar com a situação e precisam de apoio. Logo, é provável que haja então um período de negação. Nesse período surgem os questionamentos e a descrença. Geralmente os pais saem à procura de respostas às suas perguntas e a opiniões diferentes, tendo dificuldade ainda de acreditar que seu filho não é aquele que desejaram.
Passados os períodos de choque e negação, ocorre tristeza e raiva pela perda do filho perfeito, provocando muita confusão emocional. Também podem revoltar-se com os profissionais, culpam a si mesmos, pensam ser uma punição. É um período em que os pensamentos e os questionamentos tornam-se bastante confusos.
O equilíbrio acontece após toda essa confusão de sentimentos, quando os pais conseguem acalmar-se e se recomporem emocionalmente. Essa fase lhes permite chegar à fase de reorganização. Na fase da reorganização os pais acreditam na sua capacidade de cuidar do filho.
O quadro a seguir apresenta a intensidade da reação, sendo esse um tempo relativo, pois as fases que os pais passam não possuem uma duração uniforme, isso depende de cada caso.

Intensidade da reação

Tempo relativo
Fonte: Viver plenamente-convivendo com as dificuldades de aprendizagem, p.40.



Quando os pais chegam ao equilíbrio, reorganizando suas emoções, eles passam a investir tudo o que podem para que ele se desenvolva da melhor maneira possível. Nesse momento, a escola passa a fazer parte da vida desses pais, pois eles passam a acreditar no potencial do seu filho deficiente.
A escola tornou-se o lugar onde a criança inicia sua socialização até se constituir adulta. Educar as crianças é uma tarefa que se apresenta de várias formas, vai depender da posição do adulto que a faz com a relação que o mesmo tem com a criança. Por isso, de maneira alguma deve-se confundir o lugar dos pais com o dos professores.
Assim como a educação que os pais dão para a criança parte de um desejo e dos ideais que pautam esse desejo, o professor tem a função co-existiva a dos pais na medida em que se articula o desejo de educar com o desejo de ensinar.
O desejo de educar e o desejo de ensinar permeiam a perspectiva em constituição, sendo este um ato pedagógico legítimo do professor, situando-se assim num lugar diferente do lugar dos pais.

“A influência dos estímulos do meio social, representado pela família e pela escola, é decisiva na aprendizagem.” (FERREIRA; CRUZ, 2005, p.25)

Destaca-se, portanto, a importância dos pais e professores acreditarem na aprendizagem das crianças com deficiência, investindo no seu conhecimento, proporcionando situações diversas para o progresso no processo de aprendizagem.


APRENDIZAGEM DA CRIANÇA COM DEFICIÊNCIA

Diante de realidades distintas, trago alguns resultados acompanhados na escola regular e na escola especial, nas quais atuo profissionalmente. A dinâmica do trabalho desenvolvido na 1ª série do ensino fundamental de nove anos, na escola regular, é semelhante ao desenvolvido na turma de Pré-alfabetização da APAE. Durante alguns anos de prática pedagógica percebi, através das fases propostas por Emília Ferreiro que o processo que os alunos passam para se alfabetizarem é o mesmo, porém o ritmo é bem diferenciado.
A seguir, apresenta-se o processo de construção da escrita de um aluno da escola especial cujas características são:
Ingressou na APAE em 2003 com 07 anos de idade;

Apresenta o quadro de deficiência múltipla com paralisia cerebral espástica, com hemiparesia direita associada à epilepsia, retardo mental e déficit auditivo, provavelmente por fatores gestacionais e perinatais;

Não freqüenta a escola regular;

Tem história de várias transferências;

Atualmente com 12 anos.


Em 2003 ingressou na Escola especial (APAE), com 7 anos de idade. Apresentava o nível pré-silábico, representava a escrita com símbolos variados. Em 2008, passados 5 anos, depois de várias transferências e retornos, com 12 anos de idade, esse mesmo aluno apresenta o nível silábico no processo de construção da escrita.



Em seguida o processo de aprendizagem de outro aluno com as seguintes características:

Ingressou na APAE em 2003 com 10 anos de idade;
Apresenta o quadro de deficiência múltipla com retardo de desenvolvimento neuropsicomotor e epilepsia com crises convulsivas de difícil controle associado à déficit escolar importante. Causa provável: meningite bacteriana;

Freqüenta a escola regular;

Atualmente com 14 anos.

Ingressou na Escola especial (APAE) com 10 anos de idade, no ano de 2003. Apresentava o nível pré-silábico, registrava graficamente as letras, sem corresponder sons e grafias. Após 5 anos, atualmente com 12 anos de idade, o aluno apresenta o registro alfabético, conforme mostra o exemplo a seguir:


Em seguida, o registro de uma aluna, também da Escola Especial (APAE), já organizado em forma de texto:


Podemos fazer paralelo com uma criança da escola regular com 6 anos de idade, que em questão de três meses passou do nível pré-silábico ao nível alfabético.

Registro em fevereiro e março de 2006.


Registro em maio de 2006 e em junho construindo frases.



Pode-se perceber que conforme as autoras Isabel Neves Ferreira e Mara Monteiro da Cruz, as crianças com deficiência passam pelo mesmo processo de construção para aquisição da leitura e da escrita que as crianças sem deficiência, o que diferencia uma da outra é o tempo em que essa construção acontece.